terça-feira, 1 de julho de 2008

O SAPINHO SURDO...



Bom, reza a lenda que existiu em uma cidade fictícia, fruto da imaginação de algum escritor, certa comunidade de sapos. Ali, vivendo em harmonia eles passavam os dias felizes e desfrutando de uma considerável pasmaceira, de uma vida monótona e meio sem graça. Pra ser sincera, devo dizer que a cidade dos sapos era um lugar que seguia uma rotina detestável, era massante, um Tédio!
Entre todos os sapos e sapas comedores de mosca, havia um que era diferente. Chamava-se Eriberto, era robusto, ágil, sonhador, inquieto e muito inteligente. Ele pensava que aquela vida que tinha ali era infeliz e não porque lhe faltasse moscas apetitosas ou belas árvores próximas aos regatos d'água onde podia descansar sossegado, curtindo sombra e água fresca. Na verdade o que incomodava Eriberto era justamente esse dia a dia parado, onde nada acontecia, era saber que fora daqueles limites havia vida, um mundo inteiro e que ele estava ali, inerte sem poder conhecer. Foi quando uma idéia lhe veio à cabeça: estava determinado a conhecer o outro lado do vale onde morou toda sua vida! E deu início a seu grande projeto.
Os outros sapos, ficaram perplexos quando souberam da idéia. Nunca nenhum deles havia ousado sair dali, explorar novas paragens. Todos eles eram acostumados a nascer, crescer e morrer por ali, sem se arriscar, levando suas vidinhas na calmaria de sempre. Comentavam por toda a cidade:
"Esse Eriberto é maluco! Endoidou! O que pode querer fora daqui?" ou ainda "Ele nunca conseguirá atravessar o vale, é perigoso, tem muitos imprevistos, dificulades e obstáculos!" teve até uma velha sapa que falava bem alto, em tom de desespero: "Vou rezar muito pela alma desse sapinho maluco, pois logo saberemos que morreu tentando a travessia! Todos sabemos que não é possível fazê-la"
E assim, correram os dias e por todos os lugares comentavam sobre a façanha do nosso amigo anfíbio. Diziam as piores coisas e faziam as mais absurdas previsões;
Foi sob esse clima de euforia e tanto alarde que Eriberto, calmamente colocou nas cosatas sua mochila e partiu...
Fim da história? Só posso dizer que até hoje não se sabe o que aconteceu a Eriberto. Os sapos ali nunca tiveram notícia, nunca saíram (Deus me livre!) em seu encalço, pra saber notícias. O certo é que o sapinho nunca mais voltou e muito tempo depois é que contaram as novas gerações que uma coisa fazia Eriberto diferente de toda aquela gente... Você, caríssimo leitor irá dizer: "certamente a CORAGEM" e eu digo que mais que isso: Eriberto era surdo!!! E por isso foi, com um sonho na cabeça, uma pequena mochila nas costas, sem literalmete, "dar ouvidos à ninguém".


HISTÓRIA APENAS ADAPTADA POR MIM. NÃO É MINHA AUTORIA.